segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Professores em fuga

Vera Lúcia Pereira dos Santos
Não constitui surpresa saber que caiu o número de formandos em cursos que preparam docentes. O desinteresse dos adolescentes pelo magistério não se revelou repentinamente. É reflexo de processo que vem se corporificando há muito tempo no exercício do magistério, aliado à decadência do ensino público monitorado por políticas públicas equivocadas. Como professora de escola pública nas décadas de 1970, 1980 e 1990, fui testemunha da aplicação de leis, regimentos e normas pretensamente democráticas, inovadoras e revolucionárias, impostas ao professor como panaceias solucionadoras de todos os problemas educacionais. Escola transformou-se em entidade predominantemente assistencialista e ao mestre era atribuída toda responsabilidade pelo insucesso do aluno - reprovação, se ultrapassada determinada porcentagem, era sinônimo de incompetência didática. O professor foi perdendo autonomia e, sem ela, sente-se desprestigiado, desmotivado e desestimulado e seu aluno percebe esse desencanto.

Para esse processo de desconstrução, vários outros fatores contribuíram. Entre eles, ainda da perspectiva do docente, destaco o tratamento dispensado aos cursos de formação de professores da Educação Básica. Aos docentes que atuavam nesses cursos recomendava-se, não oficialmente, agir com complacência e não exigir muito do aluno na atividade didática. Isso porque o perfil da clientela, segundo orientadores e diretores de escola, era formado por adolescentes menos favorecidos economicamente e com poucos subsídios culturais e que, muitas vezes, ignoravam o alcance de sua vocação.

Não seria essa uma forte razão para se elevar o nível desses jovens, futuros mentores da fase mais importante e decisiva do ensino, a alfabetização? O que pensar de cursos de graduação em Pedagogia que serviram durante algum tempo de meio de aquisição de maior remuneração para docentes e acesso à classificação privilegiada na atribuição de aulas?

A ausência de atração pela carreira docente entre estudantes do Ensino Médio soma-se ao desalento do magistério e cria lacuna perigosa na formação de outros profissionais? Quem irá orientá-los? Qual é a saída desse labirinto? É óbvio que há soluções e elas já foram apresentadas. Agora falta aplicá-las. Os professores estão fugindo não por covardia, mas em busca da própria dignidade.

Vera Lúcia Pereira dos Santos é doutora em Linguística e em Língua Portuguesa.

Fonte: Diário do Grande ABC

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O texto na era digital

O texto na era digital é a reportagem da Revista Língua deste mês. Assina a reportagem Edgard Murano.
A matéria, bem elaborada, aborda diferentes publicações utilizadas na internet e a mudança na forma como estamos lendo e escrevendo.
"...escrever tornou-se uma atividade mais banal depois da internet, consequencia de blogs, e-mails e redes sociais." Por essa facilidade e dinamismo na comunicação, precisamos estar atentos para algumas regras e cuidados no envio mensagens e publicação de textos na internet.
O educador deve estar atento e orientar seus alunos na utilização correta da rede, como tratado anteriormente, é mais um espaço de atuação do educador com as tecnologias.

Leia a matéria na íntegra